Comemorou-se no dia 16 de setembro o Dia Mundial para a preservação da camada de ozono, este ano celebrando as conquistas do Protocolo de Montreal, que tem por objetivo proteger a camada de ozono e contribuir para a redução do aquecimento global.
Este tratado internacional proíbe a produção e utilização de substâncias que empobrecem a camada de ozono, permitindo a sua progressiva recuperação, e com isso contribuindo para proteger milhões de pessoas de virem a desenvolver cancro da pele e cataratas, salvaguardando ainda a proteção dos ecossistemas e retardando as alterações climáticas, uma vez que muitas das substâncias que empobrecem a camada de ozono são também gases que provocam o aquecimento climático.
O trabalho e os benefícios do Protocolo de Montreal estão longe de ter terminado. A última emenda do Protocolo de Montreal – Emenda de Kigali, que Portugal foi um dos primeiros países do mundo a ratificar (17-07-2018), tem como compromisso reduzir a produção e utilização de hidrofluorocarbonetos (HFC), que apesar de não destruírem a camada de ozono, são gases com elevado potencial de aquecimento global. As reduções de HFC previstas deverão evitar até 0,5 °C de aumento da temperatura global até ao final do século e se forem adotadas ao mesmo tempo alternativas energeticamente eficientes esse valor poderá atingir 1 °C. A ratificação universal da Emenda de Kigali e a sua plena aplicação é por isso crucial.
A comunidade científica é unânime, o planeta está a aquecer, o que aumenta a necessidade e o consumo de aparelhos de ar condicionado e de cadeias de frio, e por conseguinte de gases de refrigeração, pelo que é essencial criar soluções mais sustentáveis e eficientes energeticamente.
Segundo a última atualização do Comité de Avaliação Científica do Protocolo de Montreal, a recuperação da camada de ozono está no bom caminho prevendo-se que os níveis de ozono estratosférico regressem aos níveis de 1980 por volta de 2066.
A conclusão é clara: durante quase 4 décadas, o Protocolo de Montreal tem sido fundamental — e continuará a ser — para a proteção da saúde humana, da natureza e do clima.
