Celebrou-se dia 1 de outubro o Dia Nacional da Água e o início de um novo ano hidrológico, com a expectativa do aumento das reservas hídricas superficiais e subterrâneas. A água é um recurso vital, cada vez mais escasso, estratégico e estruturante, sendo por isso fundamental que a sua utilização seja realizada por princípios de sustentabilidade e eficiência.
O grande desafio do século XXI é a gestão da água num cenário de alterações climáticas que implica que muitas das soluções preconizadas no século passado tenham de ser reavaliadas, passando a incluir várias vertentes e não apenas continuar a promover a construção de mais e mais captações superficiais ou subterrâneas. Todos os anos dão entrada na APA - Agência Portuguesa do Ambiente mais de vinte mil pedidos de novas captações quando as disponibilidades são cada vez menos. A aposta tem de ser,em primeiro lugar, em poupar cada vez mais, ou seja, cada vez mais eficientes, em casa, nas cidades, nas atividades económicas e no lazer.
De acordo com a generalidade dos cenários climáticos conhecidos, Portugal encontra-se numa região onde se esperam impactes significativos, quer na temperatura do ar quer na precipitação, e com um aumento da frequência de secas e inundações. Assim no contexto da adaptação às alterações climáticas a água aparece como um dos vetores principais de preocupação.
Conjugar as necessidades setoriais com as disponibilidades de água garantindo o bom estado das massas de água é o desafio do planeamento e gestão dos recursos hídricos. O incremento da procura de água para os diversos usos e a diminuição das disponibilidades, implicam o aumento da eficiência hídrica, a redução das perdas e consumos, bem como à utilização de origens alternativas que permitam o desenvolvimento sustentável das diversas atividades económicas e sociais, como seja o aproveitamento de águas residuais urbanas tratadas.
A reutilização da água tem de ser encarada como uma oportunidade não só como uma nova fonte que poderá possibilitar a expansão de alguns projetos fortemente dependentes da disponibilidade hídrica, minimizar os efeitos da seca e da escassez, mas também para melhorar as condições ambientais, diminuindo não só os volumes de água captados, mas também a carga rejeitada, principalmente em áreas sensíveis. Além disso, quando comparado com outras origens de água, a reutilização da água pode levar a menores investimentos e custos com energia.
A importância e a transversalidade que a água assume na vida e na economia implicam que existem sempre matérias desafiantes e caminhos a percorrer e que nada está concluído. É hoje possível verificar uma integração da monitorização com o licenciamento, o planeamento e a internalização dos custos, vetores essenciais numa gestão otimizada dos recursos hídricos, que tem conduzido a resultados mais consistentes na proteção e valorização da água, embora haja ainda um longo caminho a percorrer.
Os conhecimentos são mais consistentes, existe uma maior consciencialização da sua importância aliadas às diferentes ferramentas de gestão que têm vido a ser desenvolvidas constituindo uma base sustentada e robusta para potenciar uma gestão mais eficiente. Mas tudo isto só vai resultar se cada um fizer a sua quota-parte.
- Poupe água, preserve os rios, albufeiras e mar, por si e pelas próximas gerações!
Algumas iniciativas:
- Conferência Água, Sustentabilidade e Desenvolvimento
Guimarães, 09h30
Iniciativa do Laboratório da Paisagem/CM Guimarães
- Exposição "A Água em Évora - Percursos e Memórias e Reabertura da antiga Central Elevatória de Água como unidade Museológica"
Évora, 11h00
Iniciativa da CM Évora e Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo
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