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Hoje em dia é já consensual que a saúde das populações são influenciadas por uma multiplicidade de fatores, a maioria dos quais (estima-se que 70%) fora do âmbito usual dos sistemas de saúde propriamente ditos, que constituem o fim de linha quando os problemas já estão instalados.

Por isso têm-se vindo a reforçar os novos conceitos “Uma Só Saúde” (a do Planeta, a dos Animais e a das Pessoas, inextricavelmente associadas) e “A Saúde em todas as Políticas” (como um mecanismo institucional promotor de saúde em setores onde a saúde não é por tradição uma consideração primária).

De entre os principais determinantes de Saúde surgem os fatores Ambientais. As Nações Unidas estimam que atualmente 1 em cada 4 mortes no Mundo está relacionada com riscos ambientais.

 

DETERMINANTES DE SAÚDE

 

Os maiores impactes que as Ameaças Ambientais têm sobre a Saúde Humana podem ser agrupados em 2 grandes grupos:

 

GRANDES EVENTOS AMBIENTAIS / DOENÇAS AGUDAS E MORTE PREMATURA

  • Ameaças globais, pontuais mas que são normalmente de grande intensidade como tempestades, cheias, secas, ondas de calor, fogos florestais, novas pandemias, grandes acidentes de poluição. Agudizados sobretudo pelos fenómenos das Alterações Climáticas, da Perda de Biodiversidade e da Globalização, podem acarretar mortes prematuras ou danos agudos em grande número de pessoas num período curto de tempo (por afogamentos, fome, sede, desidratação, queimaduras, infeções virais pandémicas, etc.). Trata-se de eventos com elevado potencial de disrupção da vida em sociedade, e em particular dos sistemas de saúde, como foi observado na atual crise do COVID 19.

 

 

 

 

POLUIÇÕES DIFUSAS / DOENÇAS CRÓNICAS E MORTE PREMATURA

  • Ameaças difusas, de baixa intensidade mas crónicas, resultantes maioritariamente dos padrões de vida atuais (poluições química, biológica, radioativa, sonora, visual, olfativa, táctil, oriundas do ar que respiramos, da água que bebemos ou nos banhamos, dos solos e areias onde nos movimentamos, alimentos e substâncias que ingerimos, materiais que usamos, resíduos que produzimos, e habitats onde vivemos). Tendem a provocar um comprometimento crescente dos mecanismos homeostáticos do organismo devido à perda de eficácia dos seus 3 principais sistemas autorregulatórios (imunológico, endócrino e neurológico) e consequente instalação progressiva de doenças crónicas (cancro, doenças autoimunes, síndrome metabólica – obesidade, diabetes e hipertensão – infertilidade, doenças do sono, neurológicas e psicológicas). Trata-se de um fenómeno silencioso e lento que conduz a uma redução significativa do número de anos com qualidade de vida e torna cada vez mais insustentável o financiamento dos sistemas de saúde.

 

 

 

Face à importância deste nexo entre Saúde e Ambiente é urgente:

  1. Compreender os fenómenos em toda a sua dimensão sistémica e holística.
  2. Monitorizar os indicadores de risco já conhecidos.
  3. E atualizar constantemente os Instrumentos de Política face ao novo conhecimento obtido e à evolução dos riscos.

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