As emergências radiológicas estão associadas a um vasto leque de cenários com consequências de menor ou maior gravidade, dependendo do tipo de fontes usadas, da atividade desenvolvida e do número de pessoas envolvidas.
Perante uma situação de emergência radiológica é fundamental uma resposta rápida e bem coordenada a nível nacional, para prevenir ou reduzir as suas consequências.
O adequado planeamento da resposta é uma das ferramentas disponíveis para fazer face, de forma eficaz, a qualquer emergência que possa ocorrer.
Portugal não é um país nuclear no sentido em que não possui atualmente instalações ativas do ciclo do combustível nuclear, nomeadamente centrais nucleares para produção de energia elétrica. No entanto, é país vizinho de Estados onde existe produção de energia com recurso a centrais nucleares, em particular Espanha, onde existem atualmente em operação cinco centrais nucleares, sendo que número total de reatores é sete, havendo também outras instalações do ciclo de combustível nuclear (https://www.csn.es/centrales-nucleares-de-espana), pelo que se justifica o planeamento para eventuais acidentes nessas instalações.
Portugal é também um país onde a utilização de radiações ionizantes se tornou imprescindível em várias atividades humanas, seja na medicina, na indústria ou na investigação científica. Em particular, existem no país instalações de irradiação industrial, instalações de armazenamento de resíduos radioativos, instalações hospitalares e centros médicos que utilizam fontes de radiação, existe transporte e trânsito de matérias radioativas e nucleares, visita de navios de propulsão nuclear a portos marítimos, entre outros, para os quais é necessário garantir um bom planeamento e capacidade de resposta a qualquer emergência que possa ocorrer.
As potenciais emergências derivadas das instalações, atividades e atos envolvendo fontes de radiação em Portugal, enquadram-se nas categorias de planeamento de emergência III, IV e V, de acordo com a classificação internacional (para mais informação consultar a publicação da International Atomic Energy Agency, GSR PART 7).
A perda do controlo sobre as fontes radioativas, bem como o seu abandono, desaparecimento, furto ou descoberta em locais não previstos são também considerados no planeamento para a resposta. Nestes casos não é de excluir o potencial impacto para além das fronteiras do país de onde são originárias as fontes radioativas.