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03 Outubro, 2025

Rio Leça: Um exemplo de recuperação ambiental em marcha

Há não muito tempo, o rio Leça era sinónimo de degradação ambiental. Considerado um dos rios mais poluídos da Europa, muitos acreditavam que a sua recuperação seria impossível. 

A pressão crescente da urbanização, da atividade industrial e agrícola ao longo das últimas décadas teve um impacto severo na qualidade da água e nos ecossistemas, afetando diretamente os concelhos de Santo Tirso, Valongo, Maia e Matosinhos, no coração da Área Metropolitana do Porto.

Conscientes da urgência ambiental, em 2021 os quatro municípios uniram esforços e criaram a Associação de Municípios Corredor do Rio Leça, com uma missão clara: recuperar o rio e devolver-lhe vida.

Desde então, têm sido dados passos significativos, em estreita colaboração com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), através de um protocolo técnico que permitiu a candidatura ao programa Compete 2020. 

Este projeto, já em executado, está a produzir resultados visíveis, contribuindo para o cumprimento das metas ambientais da região.

Apesar dos avanços, o caminho da recuperação exige continuidade e reforço. 

Neste sentido, está em desenvolvimento a elaboração de um Programa Específico de Gestão das Águas (PEGA) para a bacia hidrográfica do Leça, que permitirá diagnosticar com maior precisão os problemas existentes e definir soluções eficazes. 

Este plano será essencial para acelerar a melhoria da qualidade ecológica do rio e garantir a sua sustentabilidade a longo prazo.

Investimentos estruturantes em infraestruturas de saneamento
Maia: No âmbito do NORTE 2030, foi assegurado um financiamento de cerca de 7 milhões de euros para a reabilitação da ETAR de Ponte Moreira, com implementação de tratamento terciário para remoção de nutrientes e reutilização de águas residuais tratadas (ApR). 

A ETAR de Parada também será alvo de intervenção, estando em fase de projeto para modernização e melhoria do sistema de tratamento.

Valongo: A autarquia vai investir 17,75 milhões de euros na requalificação das ETAR de Ermesinde-Alfena, com financiamento já garantido. 

A adjudicação está prevista até ao final do ano, com início das obras em 2026.

Estas intervenções, articuladas com outras que estão em fase de planeamento, irão melhorar substancialmente o estado da massa de água do rio Leça.

Articulação com políticas europeias e nacionais
O projeto de recuperação do rio Leça está alinhado com os objetivos do Pacto Ecológico Europeu e da recém-aprovada Lei do Restauro da Natureza da União Europeia, que visa restaurar ecossistemas degradados em todo o continente. 

A Ministra do Ambiente e Energia destacou o Corredor do Rio Leça como um “exemplo inspirador” de renaturalização e recuperação hídrica, elogiando o trabalho intermunicipal e a antecipação às metas europeias.

A iniciativa também se enquadra na Estratégia Nacional para a Biodiversidade 2030, ao promover a conservação de habitats naturais, a reintrodução de espécies nativas e a criação de microreservas ecológicas ao longo do rio. 

O financiamento europeu, através dos programas REACT-EU e NORTE 2030, tem sido essencial para viabilizar estas ações estruturantes.

Um Esforço Coletivo
A recuperação do rio Leça é um compromisso intermunicipal e interinstitucional, mas também depende da participação ativa dos cidadãos. 

A estratégia existe, está em marcha e já está a produzir resultados. O compromisso é claro: transformar o rio Leça num exemplo de regeneração ambiental e valorização territorial.


 

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