No âmbito do protocolo celebrado entre a Agência Portuguesa do Ambiente e o Município de Santiago do Cacém, procedeu-se hoje, 28 de março, ao início da tarde, abertura da lagoa de Santo André ao mar, envolvendo a colaboração da Autoridade Marítima (Capitania do Porto de Sines) e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha).
A intervenção consiste na abertura de um canal profundo perpendicular ao mar, com recurso a meios mecânicos, escavado abaixo da cota de fundo do corpo lagunar, para que o esvaziamento seja eficiente, promovendo-se o arrastamento dos sedimentos lodosos do fundo.
A operação visa a renovação da água nesta lagoa, melhorando a qualidade química e biológica, em resultado da maior oxigenação e da redução de biomassa de fitoplâncton e do material em suspensão, com consequências positivas para os seres vivos destes ecossistemas. O processo favorece igualmente a entrada peixes juvenis de algumas espécies com importância comercial.
A opção pela data considerou as marés mais favoráveis à eficiência da operação, que ocorrem em período diurno, tendo em especial atenção o estado da nidificação de algumas espécies.
Cabendo à APA assegurar o planeamento dos recursos hídricos e a gestão das massas de água, entendeu, no presente ano, delegar no Município de Santiago do Cacém a execução desta intervenção considerando, quer a responsabilidade da autarquia, quer o contexto das suas atribuições na comissão de cogestão da Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha, tendo esta Agência assegurado, para além dos custos da intervenção, todo o apoio técnico ao Município.
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