Desde o dia 12 de dezembro, e em resultado da forte precipitação verificada entre dia 12 e 14 de dezembro em Portugal, com os dados disponíveis nesta data, em 71 das 80 albufeiras monitorizadas pela APA, a reserva de água aumentou cerca de 785 hm3 , encontrando-se a 72% da capacidade total de armazenamento.
A recuperação das reservas de água ocorreu em quase todas as bacias hidrográficas a nível nacional, tendo-se registado a maior subida (em percentagem), designadamente na bacia do Vouga (+20%), do Mondego (+14%) e do Tejo (+17%), Sotavento (+10%) e Guadiana (7%). Destacam-se ainda, desde o início de dezembro, a albufeira de Alqueva que recuperou cerca de 350 hm3 e Castelo do Bode, cuja água abastece a área metropolitana de Lisboa (cuja captação é, em média, de cerca de 450 mil m3/dia), que recuperou cerca de 180 hm3.
Na presente data, das 71 albufeiras monitorizadas pela APA, 18 têm disponibilidades inferiores a 50% do volume total, sendo que dessas 14 têm disponibilidades inferiores a 40%. A situação hidrológica da região do Algarve é neste momento a mais preocupante em termos de disponibilidades, em particular o Barlavento onde se destaca a Bravura e Odelouca, com níveis de recuperação muito reduzidos, em especial a Bravura que registou um armazenamento adicional de apenas 0,3 hm3 desde o início do ano hidrológico.
Nas regiões mais afetadas pela precipitação intensa foi necessário realizar em algumas barragens descargas controladas, para ganhar encaixe antes de cada um dos eventos que ocorreram em novembro e que ainda estão acontecer em dezembro. Estão nesta situação as albufeiras do Alto Lindoso (Lima), da Caniçada (Cávado), da Aguieira e de Fronhas (Mondego), de Castelo do Bode (Zêzere), de Póvoa e Meadas na Ribeira de Nisa (Tejo) e Maranhão na ribeira de Sor (Tejo).
Com estas medidas de gestão tem sido possível minimizar os efeitos a jusante, permitindo encaixar parte do volume de água afluente. Estas operações são possíveis nos troços regularizados; nas 2 restantes áreas as ações de prevenção em termos de ocupação do território são essenciais para minimizar o efeito das inundações. Recorde-se que as medidas de gestão das barragens têm sempre em consideração a proteção de pessoas e bens a jusante, mas também a segurança da infraestrutura para as quais existem regras claras que devem ser sempre respeitadas.