RISCO CLIMÁTICO: É definido como a probabilidade de ocorrência de consequências ou perdas danosas (morte, ferimentos, bens, meios de produção, interrupções nas atividades económicas ou impactos ambientais), que resultam da interação entre o clima, os perigos induzidos pelo homem, e as condições de vulnerabilidade dos sistemas (adaptado de ISO 31010, 2009, UNISDR, 2011).
Existem várias razões para começar imediatamente o processo de Adaptação às Alterações Climáticas:
- No curto prazo as alterações climáticas não podem ser evitadas. Algum aquecimento global é inevitável devido aos gases de efeito de estufa já presentes na atmosfera. Os efeitos desse aquecimento já se fazem sentir e este é um processo que irá continuar nos próximos anos.
- Tomar decisões com base no clima histórico já não é apropriado. Muitos dos critérios utilizados nos processos de decisão foram desenvolvidos com base na nossa experiência com o clima atual e passado. Estes critérios influenciam decisões desde o dimensionamento de estruturas de proteção costeira ou contra cheias até à seleção de culturas agrícolas adequadas a cada região. Um clima diferente do atual pode tornar muitos desses critérios desadequados.
- A adaptação planeada é mais eficaz do que a tomada de medidas reativas em situação de emergência. Muitos dos impactes previsíveis de um clima alterado resultarão de uma provável maior frequência e intensidade de eventos meteorológicos extremos, como ondas de calor, incêndios descontrolados, seca extrema, e cheias. Estes eventos são, pela sua natureza, difíceis de prever. Não estar preparado - reduzindo exposição a riscos ou aumentando a capacidade de resposta durante os eventos - poderá resultar em graves perdas de bens materiais e naturais, em descontinuação temporária de serviços públicos essenciais (água e eletricidade), ou até em perda de vidas.
- De forma crescente Governos, Seguradoras e Investidores vão exigir que os riscos climáticos sejam considerados nos processos de decisão. Mesmo que hoje se considere que a exposição de um determinado sector ou empresa a riscos climáticos não é significativa, poderá vir a ser necessário responder de forma estruturada a questões de entidades públicas ou financeiras. Em muitos sectores já é prática corrente implementar programas de minimização de todos os riscos previsíveis. As alterações climáticas são hoje um risco que deve ser incorporado nesses processos.
- A adaptação pode proporcionar benefícios locais imediatos. Estes benefícios decorrem da implementação de medidas de adaptação que nos tornem mais aptos a viver e trabalhar com a variabilidade climática e eventos extremos. Em sentido contrário, não adaptar pode resultar em perda de oportunidades e receitas que surjam através de mudanças de preferências dos consumidores e de mudanças nos mercados.
Adaptação em Portugal
Escala Local
O projeto ClimAdaPT.Local - Estratégias municipais de adaptação às alterações climáticas, foi financiado pelo Programa AdaPT, com comparticipação do EEA Grants a 85% e do Fundo Português de Carbono a 15%, e promovido pela Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa com a participação de onze entidades parceiras e terminou no final de 2016.
Este projeto teve por objetivo iniciar em Portugal um processo de elaboração de Estratégias Municipais de Adaptação às Alterações Climáticas (EMAAC) e a sua integração nas ferramentas de planeamento municipal.
O objetivo foi alcançado através da capacitação dos técnicos municipais, da consciencialização dos atores locais e do desenvolvimento de ferramentas e produtos que facilitem a elaboração e implementação das EMAAC nos municípios participantes no projeto pretendendo-se, no futuro, abranger os demais municípios portugueses.
Consulte no site do projeto os resultados:
Estratégias Municipais de Adaptação às Alterações Climáticas dos 27 municípios:
- Parte 1 (Amarante, Barreiro, Braga, Bragança, Castelo Branco);
- Parte 2 (Castelo de Vide, Coruche, Évora, Ferreira do Alentejo, Figueira da Foz, Funchal, Guimarães, Ílhavo);
- Parte 3 (Leiria, Loulé, Mafra, Montalegre, Odemira);
- Parte 4 (Porto, São João da Pesqueira, Seia, Figueira da Foz, Tomar, Tondela, Torres Vedras);
- Parte 5 (Lisboa, Viana do Castelo, Vila Franca do Campo).
Guia e Manuais:
- Guia Metodológico para Elaboração das EMAAC;
- Manual 1 – Avaliação das Vulnerabilidades Atuais;
- Manual 2 – Avaliação das Vulnerabilidades Futuras;
- Manual 3 – Identificação das Opções de Adaptação;
- Manual 4 – Avaliação das Opções de Adaptação;
- Manual 5 – Integração das Opções de Adaptação;
- Manual 6 – Avaliação da Vulnerabilidade Climática do Parque Residencial Edificado;
- Manual 7 – Avaliação Económica de Opções de Adaptação.
Vários Sectores
SIAM - Climate Change in Portugal. Scenarios, Impacts and Adaptation Measures
(ver sumário executivo aqui)
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O projeto SIAM (2006) constitui a primeira avaliação integrada dos impactos e medidas de adaptação às alterações climáticas em Portugal Continental e também a primeira realizada para um país do Sul da Europa. Os estudos realizados basearam-se em cenários do clima futuro obtidos a partir de modelos de circulação geral da atmosfera e incidiram sobre um conjunto de sectores socioeconómicos e sistemas biofísicos, designadamente: recursos hídricos, zonas costeiras, agricultura, saúde humana, energia, florestas e biodiversidade e pescas." |
Avaliação Nacional de Risco
O acesso à informação sobre os riscos a que os cidadãos estão sujeitos, em cada área do território, é, mais que uma obrigação legal, uma ferramenta essencial para garantir a sensibilização da população em matéria de autoproteção e, assim, promover uma melhor aplicação do princípio da precaução, contribuindo para a adoção de medidas de diminuição do risco de acidente grave ou catástrofe inerente a cada atividade.
Consulte aqui a Avaliação Nacional de Risco (2019), elaborada de acordo com as “Risk Assessment and Mapping Guidelines for Disaster Management” emitidas pela Comissão Europeia, e cuja elaboração visa, precisamente, contribuir para esse objetivo.