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As fontes naturais de poluição do ar resultam de fenómenos que ocorrem naturalmente estando normalmente sujeitas a ciclos naturais periódicos, e sem intervenção humana. Estas fontes incluem as erupções vulcânicas, incêndios florestais, poeira transportada pelo vento, spray de sal marinho e emissões de compostos orgânicos voláteis das plantas.

Em Portugal, os fenómenos naturais, denominados eventos naturais, que mais têm contribuído para episódios de fraca qualidade do ar tem origem nas intrusões de massas de ar resultantes do transporte de poeiras e partículas em suspensão provenientes dos desertos do norte de África, introduzidas na atmosfera por tempestades de areia que ocorrem nessas regiões.

Quando se verifica uma intrusão de massa de ar com estas características, observa-se na atmosfera a presença de partículas e poeiras em suspensão, identificáveis pela tonalidade amarelada ou esbranquiçada do céu, que podem estar associadas quer a tempo seco, quer à ocorrência de ‘chuva de lamas’ e que deixam as superfícies expostas ao ar, cobertas de poeiras. Estes dois tipos de eventos naturais têm a mesma génese, constituem massas de ar que são formadas sobre grandes regiões secas e áridas, como os desertos do Sahara e Sahel, e que transportadas pela circulação atmosférica, podem alcançar regiões distantes.

Quando este fenómeno ocorre sobre a forma de ‘chuva de lamas’ o transporte da massa de ar está associado a um sistema depressionário, com ocorrência de precipitação. Nesta situação, as poeiras coalescem com as gotículas de chuva, dando origem a precipitação com poeiras agregadas. Geralmente, este fenómeno não tem impacto na qualidade do ar pois funciona como mecanismo de remoção de poluentes (washout atmosférico).

Na situação oposta, quando o mecanismo de transporte destas massas de ar está associado a circulações como fluxos de corrente de sudeste, ou mesmo recirculações regionais, sem ocorrência de precipitação, a presença destas massas de ar sobre uma região poderá ter impacto na qualidade do ar que respiramos. O impacto depende da intensidade do fenómeno e da quantidade de material particulado que atinge os níveis de superfície. Deste modo, a monitorização diária destes fenómenos é importante para identificar a contribuição de poluentes naturais na qualidade do ar.

Neste âmbito e sempre que seja previsto a ocorrência de intrusão de massa de ar contendo estas partículas e poeiras em suspensão na atmosfera, com possibilidade de afetar a qualidade do ar em uma ou mais regiões de Portugal, devido a uma alteração nas concentrações de PM10, a Agência Portuguesa do Ambiente, em parceria com a FCT-UNL divulga a previsão de ocorrência deste evento natural, que pode consultar aqui.

Para efeitos de reporte dos dados nacionais da qualidade do ar à Comissão Europeia, a APA, IP, em parceria com a FCT-UNL, elabora um relatório anual de identificação de eventos naturais e desconto da sua contribuição nas concentrações das partículas PM10.

Os Relatórios anuais de Identificação de Eventos Naturais são disponibilizados no submenu à direita.

Para saber mais

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